Injustiça ambiental

4527 palavras 19 páginas
INJUSTIÇA AMBIENTAL EM MANAUS
Elenise Scherer1
Ivanhoé Mendes Filho2
I.

INTRODUÇÃO
Em geral, o debate sobre a sustentabilidade na Amazônia, sobretudo no âmbito do

movimento ambientalista, tem sido centrado no uso ecologicamente correto da floresta tropical ou da gestão dos recursos naturais, minimizando-se ou até mesmo esquecendo-se a sustentabilidade social e cultural. E o mais grave esquece as cidades3. Raramente se vê o debate em torno da degradação ambiental urbana relacionada com as desigualdades sociais. As cidades são lugares onde as pessoas vivem a sua cotidianidade. É o lugar da urbanização acelerada e desigual, é o lócus da concentração do capital e da reprodução da força de trabalho, é lugar da produção e da ausência de políticas públicas, das práticas sociais e de resistência. Enfim, É o lugar onde as pessoas sofrem os problemas urbanos seja de água e esgoto, poluição hídrica, poluição atmosférica, resíduos sólidos, resíduos de natureza industrial.
A cidade de Manaus não foge à regra. Ela já foi um povoado, uma vila e hoje é uma cidade bem diferente do início do século 20. Ela deixou para trás o seu passado extrativista, a denominação de uma cidade porto de lenha, com uma econômica estagnada desde a débâcle da extração do látex no final do século 19 e a primeira década do século 20. O marco histórico destas transformações ocorreu em 1967, quando foi implantado o modelo econômico Zona Franca de
Manaus no âmbito da política regional de integração nacional dos governos militares.
Essa nova racionalidade capitalista transforma a cidade de Manaus. A modernidade trazida pelo processo de industrialização afeta rapidamente o mundo da vida cotidiana dos amazonenses. A fisionomia da cidade modifica-se, com o processo de urbanização. O espaço urbano ganha uma outra visibilidade com o crescimento populacional decorrente do processo migratório que ocorre e com a constituição de inúmeros bairros que passam a formar à periferia da cidade.

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