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Quem sabe não estamos no meio do livro? Quem sabe ainda estamos na parte que quase tudo dá errado mas o amor prevalece no final? Quem é que sabe? Nós. Da gente, é a gente que sabe. O que eu sei é que a oito meses atrás quis provar do desconhecido, quis pertencer a um mundo pelo qual nunca fui interessada. Quis sair da minha cerca que me mantinha segura de qualquer risco pelo qual eu poderia correr se passasse da mesma. Eu quis correr esse risco. Você já deve saber, perfil de uma capricorniana: “São trabalhadores, planejam o futuro com antecedência (…) Os objetivos são a segurança, a realização pessoal.” A segurança. Ta aí uma coisa que me definia. Definia. O que eu nunca quis antes, é o que eu quero pro resto da minha vida hoje. Ter você, lutar por você, seria correr um risco todos os dias, seria exigir de mim uma coisa que eu não tinha em mim mesma: confiança. Seria sair do meu limite, da mesma mesmice de sempre e me arriscar. Me atirar num abismo sem pensar na queda, se teria queda e se tivesse, se me machucaria. E vai saber porquê eu quis me atirar no abismo. Sabemos porquê. Mas o que poderia me atrair em alguém tão contrário a mim? O que poderia me agradar em alguém que não tinha o mínimo de semelhança a mim? O quê? Preste atenção nisso: estar com você é me arriscar todos os dias. Em oito meses provei de uma sensação que nunca pude sentir antes, que nunca quis sentir. Entenda que seguir com isso sempre foi uma loucura. É uma loucura, não é? Não é loucura nos entendermos? Não é loucura que ainda que com tanta diferença possamos compreender um ao outro? Não é loucura que eu possa te amar? E que você possa me amar de volta? Não, nada disso é loucura… Nada disso é impossível. O que quero te dizer é que se fosse por mim, por minha “sã” consciência, jamais estaríamos aqui. E eu me lembro exatamente da última vez em que estive sã. A última vez que escutei minha razão foi no dia 15 de abril de 2012, quando a minha razão quis que te deixasse. E quem disse que a razão