INFLUÊNCIAS E PRÁTICAS PAGÃS NA IGREJA CRISTÃ BRASILEIRA
Ao longo dos anos, religiões no mundo todo, em algum momento de suas histórias, sofreram algum processo sincrético em suas doutrinas, costumes e práticas. Esse processo de assimilação ou mistura de aspectos religiosos, por vezes, leva a mudanças fundamentais em suas crenças e, na grande maioria, visa ampliar a aceitação de novos adeptos à fé.
O Cristianismo não é uma exceção.
Os pais da Igreja não só difundiram o evangelho, mas também lutaram para proteger sua integridade. Textos como "Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. (I Co 10:20 ACF)" e "E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? (II Co 6:15 ACF)" são exemplos de trechos de mensagens paulinas que demonstram o esforço desprendido pelo apóstolo para manter a igreja primitiva livre das práticas e costumes, que em parte, estavam arraigadas na cultura dos povos gentios alcançados por suas pregações.
O maniqueísmo (filosofia dualística que via a matéria, intrinsecamente, como sendo má e o espírito, intrinsecamente, como sendo bom) insinuou-se em algumas doutrinas. O docetismo (ensino que negava que Jesus tinha um corpo físico) foi um problema mesmo enquanto o Novo Testamento estava sendo escrito. Muitas formas de neoplatonismo fizeram um esforço consciente para combinar os elementos da religião cristã com a filosofia platônica e o dualismo oriental. A história dos credos cristãos é a história do povo de Deus buscando separar-se das tramas das religiões e filosofias pagãs.
Apesar da crescente perseguição por parte de Roma, o Cristianismo mantinha-se num ritmo de crescimento cada vez maior. Foi no século IV que, através do Édito de Milão e de Tessalônica, o Cristianismo passou de seita perseguida para religião oficial do império romano, nascendo assim a Igreja Católica Apostólica Romana. Essa aparente vitória,