Infermagem

4323 palavras 18 páginas
A escolha do sintoma
“Nunca nos devemos cansar de voltar a considerar de novo os mesmos fenômenos” (Freud, 1924).
Numa sessão de análise, no decorrer das associações o analisante diz sem querer–querendo: “eu escolhi meu sintoma”. Surpreso o analista intervem dizendo: “você escolheu seu sintoma?” Após um curto silêncio, o analisante replica: “bom, eu disse assim por dizer. Mas é isso mesmo, acho que escolhi sim. Ele tem a ver com meu problema. É ruim mas me alivia”.
Penso que nem mesmo Freud poderia esperar um enunciado mais explícito sobre o caráter singular de gozo e de sofrimento inerente ao sintoma.
A partir daí a idéia da escolha do sintoma me perseguiu por vários dias.
Escolher é um processo que implica seleção e decisão. Na melhor das hipóteses, decisão. Mas como escolher algo que, pela sua própria natureza, é sobredeterminado? E no entanto, o fato de ser sobredeterminado não exclui a responsabilidade do sujeito. Sabemos como Lacan insiste sobremaneira na tese da responsabilidade do sujeito.
Até que me lembrei da passagem dos Escritos em que Lacan afirma ter sido sua fidelidade ao invólucro formal do sintoma, verdadeiro traço clínico pelo qual ele tomava gosto, que o levou à psicanálise. Por outro lado, no mesmo texto, ele confessa nunca ter deixado de fiar-se unicamente à experiência do sujeito como sendo a verdadeira matéria do trabalho analítico.
(Écrits, 1966, pp. 66 e 67). Freud, por sua vez, nos diz que se deve tomar o texto do sonho como um texto sagrado ao qual se deve ser fiel. Ora, o sintoma não é uma formação inconsciente de estrutura homóloga ao sonho?
Isso só para lembrar da importância que se deve dar tanto ao fenômeno do sintoma, quanto à experiência de linguagem que se manifesta na fala do analisante e na estrutura do seu sintoma. Afinal, salvo exceções, é por ele que o analisante entre em análise, é por ele que ele começa a falar, e é ele que sai modificado ao final de uma análise.
Decidi então tentar fazer um

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