IMPACTO LOGÍSTICA NA SOJA
Fernando Vinícius da Rocha - Mestrando em Administração pela FEA-USP
Thiago Guilherme Péra - Mestrando em Engenharia de Sistemas Logísticos pela POLI-USP
Pedro Loyola – Mestrando em Gestão de Cooperativas pela PUCPR
Diante do desafio de crescer de modo sustentável, o agronegócio brasileiro vem ganhando destaque e espaço no contexto nacional e internacional ao se produzir diversas commodities de forma competitiva. Entretanto, a logística não acompanha tal crescimento, impactando em diversos gargalos para o setor. Nesse sentido, o presente artigo analisa o impacto da logística na cadeia de exportação de soja, sob uma ótica integrada de operações: armazenagem, transporte e porto, de forma a compreender os principais gargalos enfrentados pela agricultura do Estado do Paraná.
A pesquisa foi realizada pelo Grupo ESALQ-LOG (ESALQ-USP), em 2013/14, por intermédio de uma parceria com a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP).
Os embarcadores – “donos da carga” (geralmente, produtores e traders), são os responsáveis pelos custos envolvidos nas etapas de exportação (armazenagem, transporte e carregamento dos navios), as quais tem impacto direto na receita líquida de comercialização destes. Para o caso da soja paranaense exportada pelo porto de Paranaguá, os custos logísticos totais representam entre 14 e 17% do preço do produto entregue no porto1, a depender da localização do produtor dentro do estado. Desta totalidade, a operação de transporte é a etapa logística mais custosa, chegando a representar até 9% do preço da soja.
Um dos fatores que mais contribuem para essa parcela custosa é a concentração da utilização do modal rodoviário, decorrente da falta de modais alternativos para o escoamento da safra no Paraná. A análise do preço do frete mostra que este possui um comportamento altamente sazonal, com fortes oscilações entre os períodos de safra e entressafra. Nos períodos de