imaginário religioso na idade média

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Com o cristianismo, a ligação entre a ideia de pecado e a consequente punição divina se fez mais forte. O mal biológico passou a ser visto como uma forma de desígnio divino afligindo o corpo infrator, desta forma a dor purificaria o corpo e expiaria a culpa, enquanto que a cura estaria ligada ao arrependimento. Assim, a vontade divina regeria o estado de saúde ou doença do grupo social.
De uma forma geral, durante a Idade Média a exclusão dos marginalizados se fazia em cerimônias públicas. Le Goff aponta para a existência de um certo prazer mórbido da sociedade medieval, representado pela afluência de espectadores para as cerimônias de execução de criminosos, condenação ou reconciliação de hereges, castigos aos marginais e exclusão de “leprosos”
Observa-se que diferentes concepções acerca do sobrenatural influenciaram as explicações sobre a ocorrência de doenças e catástrofes, porém, de uma forma geral, a doença poderia ser explicada como decorrente de um problema individual e portanto como resultante de uma falta do indivíduo, como a nível coletivo, decorrente dos pecados ou vícios da coletividade. Tem-se então a visão do Deus Vingador, do Deus da justiça, que tanto podia punir a humanidade pecadora, como o indivíduo pecador. Ou seja, acredita-se que doenças ou calamidades poderiam ser enviadas de forma individual ou coletiva, em decorrência de pecados cometidos. As doenças ou catástrofes também eram explicadas pela presença de grupos tidos como indesejáveis, tais como hereges e judeus, apresentados como capazes de provocar a ira divina sobre determinado local. A partir dessa visão, o mal só seria aplacado mediante a expulsão ou eliminação do indivíduo ou do grupo tido como responsável.

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