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497 palavras 2 páginas
Marília de Dirceu
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dossóis queimados.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrelas. Explicação do poema:'Se vocês perceberem há três características árcades presentes no fragmento acima, que fazem parte ou não do bucolismo.
A primeira característica que chama atenção logo no início do texto é a paisagem campesteevocada pelo poeta, que fala de vaqueiro, gado e ovelha. O poeta está inteiramente dedicado a natureza.

Como vocês pode observar o poema 'eu lírico' se refere a sua amada Marília. Na primeira estrofe, o eu lírico faz um autorretrato no qual se coloca como pastor, de acordo com as convenções arcádicas. Observe como o eu lírico, Dirceu, faz uma série de afirmações no sentido de estabelecer claramente a sua condição de superioridade social: ´´não sou vaqueiro que cuide do gado alheio, meu rosto não é grosseiro, nem queimado pela exposição às forças da natureza; tenho casa própria, moro nela, tenho bens de que me sustento (vinho, legume, fruta, azeite, leite, finas lãs)``, o que sugere tratar-se de ´´alguém``, um pastor abastado merecedor, portanto, do amor de Marília. Aqui encontramos a valorização dos bens materiais, conjugada com a presença da natureza como cenário poético.

No fragmento acima do poema “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga podemos destacar características árcades. O eu-lirico enfatiza o sentimentoamoroso por Marília. O nome Marília pode ser a junção de “mar” e “ilha”, fazendo referência à natureza e à mitologia grega. O Arcadismo é voltado aos modelosclássicos greco-latinos da Antiguidade.

A linguagem do poema é simples e direta, sem excessos de ornamentos. Os termos “vaqueiro”, “viva” e “gado” nos

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