IDPP

O elemento essencial da urbanização brasileira, ou seja, a priorização do transporte individual sobre o transporte coletivo, foi o que mais me gerou idéias. É claro que isso é aparentemente bem óbvio para muitos, e talvez eu até já tivesse uma noção básica disso, porém, ao ler a apresentação, pude notar que se a urbanização brasileira tivesse sido diferente, haveriam muito menos deseconomias de escala em nossas cidades. Por exemplo, porque os brasileiros anseiam tanto por ter carro próprio? A reposta é clara, nós queremos ter nosso próprio meio de transporte para não termos uma dependência dos serviços de transportes públicos. Isso acontece justamente pelo fato do transporte coletivo, em sua maioria, ser demasiadamente deficiente e incapaz de oferecer um serviço de qualidade. Infelizmente, essa comodidade de possuir um automóvel causa engarrafamentos, poluição atmosférica (o que mais tarde pode acarretar num numero maior de doenças cardiorrespiratórias, aumentando as filas nos hospitais, aumentando ainda mais a superlotação dos hospitais brasileiros), enfim, uma infinidade de eventos que funcionam como uma reação em cadeia.

Uma grande expectativa que o livro gera, é a de que Ascher será capaz de apontar os grandes problemas da atualidade e apontar seus leitores para um pensamento crítico, que ajude na resolução desses mesmos problemas gerados por uma urbanização impensada e corrida, como no caso do Brasil. Mesmo assim, algo que eu aprendi com as aulas de Economia Urbana é que devemos tratar os problemas como novas oportunidades. Solucionar um grande problema de uma cidade grande com certeza colocaria o profissional responsável pela solução num patamar elevado e com muitos recursos financeiros à sua disposição, o que normalmente é o desejo dos estudantes. Problemas como os extensos engarrafamentos, hospitais superlotados, criminalidade assombrosa e falta de saneamento básico, são grandes oportunidades, se pensarmos utilizando essa lógica.

Concluindo, essa