Ideologia

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Ideologia. In: Filosofando: introdução à filosofia. SP: Moderna, 2003.

IDEOLOGIA

1. Senso comum e bom senso

Senso comum significa um tipo de conhecimento herdado dos antepassados, adquirido pelo homem a partir de experiências, vivências e observação do mundo na coletividade a que pertencemos.

O senso comum precisa se transformar em bom senso, na qual um pensamento com preconceitos da sua cultura, da média das ideias constituídas do seu grupo, e não se quer elevar-se ao nível dos pensamentos novos sobre coisas novas se converta para o bom, em que não se satisfaz como que lhe ensinaram, porque tem consciência de que o conhecimento precisa ser sempre enriquecido, revisto e aprofundado.

Geralmente os obstáculos à passagem do senso comum ao bom senso resultam da exclusão do individuo das decisões importantes na comunidade em que vive.

No entanto, não são as pessoas menos instruídas que nem sempre conseguem passar do senso comum para o bom senso. Especialistas de qualquer área podem estar presos a preconceitos quando se rendem ao peso da ação massificante dos meios de comunicação de massa.

Qualquer homem, se não foi ferido em sua liberdade e dignidade, será capaz de desenvolver autoconsciência, de elaborar criticamente o próprio pensamento e de analisar adequadamente a situação em que vive.

2. Ideologia: sentido amplo

Ideologia em sentido amplo é o conjunto de ideias, concepções ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão.

3. Ideologia: sentido restrito

A ideologia tem influência marcante nos jogos de poder e na manutenção dos privilégios que plasmam a maneira de pensar e de agir dos indivíduos na sociedade.

* A concepção de Gramsci

Segundo este filósofo, é preciso distinguir entre ideologias orgânicas e ideologias arbitrárias. A primeira é coletiva e necessária aos homens. Já a arbitrária tem o sentido negativo e pertence a classe dominante e não ajuda a estabelecer consenso entre as pessoas.