Identidade e representação social na construção de Goiânia e seus reflexos atuais
Hélio Augusto de Magalhães**
Introdução
A presente exposição busca estabelecer uma reflexão sobre a cidade de Goiânia enquanto detentora ou não de identidade e representação social. Dentre os lugares e expressões que foram se manifestando com o passar dos tempos, pretende-se identificar quais elementos se aglutinam para a formação de identidade e representação social da cidade de Goiânia.
No contexto histórico, a decisão de se construir Goiânia, uma nova capital para o Estado, teve como propósito que a velha capital, cidade de Goiás, fundada em 1726, não mais apresentava condições geográficas e ambientais para o desenvolvimento de uma capital que tinha como principal meta romper com a noção de atraso que o imaginário nacional tinha naquele momento. Aliado a esse fato, registra-se a trama política coordenada pelo interventor Pedro Ludovico Teixeira, com o total apoio do presidente Getúlio Vargas, de enfraquecer o comando tradicional de velhas oligarquias no Estado, notadamente a dos Caiado, e deslocando a capital de um espaço político e social liderados por alguns de seus representantes. De acordo com Chaul (1997), todas as referências para a construção da nova capital apontam para uma real ruptura com o passado de marasmo, atraso e decadência que dominara a região até as primeiras décadas do século XX. Entretanto, essa ruptura não foi tão pacífica assim, pois houve resistências e a cidade de Goiás se dividiu; o fato é que Goiânia começa a ser construída em 1933. O poder legislativo e o executivo são transferidos em 1937, e o batismo cultural da cidade ocorre em 1942 com grande mobilização nacional.
As manifestações pela transferência da capital eram representadas por uns a favor, e outros contra, de acordo com o plano político a que estava ligado, conforme destaca Chaul:
No plano político, a divisão que arrastaria os goianos para as eleições de 1933-1934 se faria,