Identidade Cultural dos Índios Pataxós
Quando estive no sul da Bahia, mais precisamente na chamada “Costa do Descobrimento”, tive a oportunidade de visitar a Reserva da Jaqueira onde vivem cerca de trinta famílias de índios Pataxós. Nessa ocasião, pude conhecer um pouco da cultura exuberante desse povo guerreiro que resistiu a muitas adversidades.
Na recepção, ouvimos um pouco da sua fascinante história. Suas origens se remetem a várias tribos nômades, que viviam da caça, pesca e coleta. Não conheciam fronteiras e não passavam mais de quatro meses num mesmo local. Porém, após a chegada dos portugueses, suas terras foram sendo invadidas, dificultando sua locomoção sobre elas. Até que 1861, eles foram forçados a se agruparem na Aldeia de Bom Jardim, atual Reserva de Barra Velha. Viveram isolados por noventa anos, até que em 1951, houve um massacre na aldeia, promovido pela Polícia Militar a mando do governo da Bahia, e então muitas famílias fugiram e se espalharam novamente em pequenos povoados pela região. Hoje existem dezessete aldeias indígenas do povo Pataxó, e estão distribuídas pelos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Prado e Itamarajú, no Sul da Bahia.
Quando chegamos na Aldeia, fomos recebidos com o Awê, a dança tradicional do povo Pataxó, que para eles significa o amor, a união e a espiritualidade com a natureza. Segundo a tradição, através do canto e da dança é que eles adquirem novas energias da terra, do ar, da água, do fogo e de todas as energias positivas que formam a natureza. Após a calorosa recepção, tivemos um bate-papo sobre a cultura Pataxó.
A pintura corporal faz parte dessa cultura, e representa parte de sua história, sentimentos do cotidiano e os bens sagrados. Usam-na em festas tradicionais na Aldeia como em ritos de casamento, nascimento, comemorações, dança, luta, sedução, luto e proteção. Costumam pintar o rosto, o braço, as costas e até mesmo as pernas. Usam pinturas específicas para homens e mulheres casados e