Hugo Musterberg por Pedro Ved

Hugo Munsterberg

Munsterberg foi um psicólogo alemão, nascido em 1863, que teve forte influência na universidade de Harvard nos Estados Unidos da América (como director do Departamento de Filosofia), daí ser considerado tanto alemão como americano. Virou a sua atenção para o cinema no fim da sua vida, assistindo a filmes da época durante apenas 10 meses antes de escrever a sua teoria cinematográfica chamada The Photoplay: A Psychological Study, em 1916, ano em que falecera.
The Photoplay é considerada uma das primeiras teorias do cinema, devido não só à tenra idade desta forma de arte, mas também à ausência de antecedentes teorias que, de certa forma, “impurificassem” a mente de Munsterberg com argumentos e contra-argumentos.
O livro analisado para este projecto chama-se As Principais Teorias do Cinema de J. Dudley Andrew, este autor afirma de a história do cinema de Munsterberg divide-se entre “desenvolvimentos cinematográficos externos e internos”, sendo os externos o desenvolvimento tecnológico dessa arte em ascensão, e os internos a evolução do uso pela sociedade dessa tecnologia. Segundo Munsterberg a tecnologia proporcionou o corpo do cinema e a sociedade deu-lhe vida, como se se tratasse de um boneco inanimado que ganha consciência. É através da pressão e avidez da sociedade por informação, educação e entretenimento que o cinema existe.
Na introdução de Munsterberg da história do cinema este faz uma analogia com uma narrativa, começando com um cinema de brincadeiras e sem significados, na sua época de primórdios, experiencial; depois segue para um cinema que desempenha importantes funções na sociedade como informação e educação; e finalmente, através da narrativa (para a qual está naturalmente ligado), para o seu verdadeiro domínio: a mente humana. Para Munsterberg o cinema é insignificante sem a narrativa, pois só quando esta insignificância coloca a mente em funcionamento é que o cinema ganha vida e cria os fenómenos cinematográficos que testemunhamos.