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11149 palavras 45 páginas
Discurso da Servidão Voluntária

O DISCURSO DA SERVIDÃO
VOLUNTÁRIA
ou O CONTRA UM

Manuscrito De Mesmes
TEXTO ESTABELECIDO
POR PIERRE LÉONARD

Em Ter vários senhores nenhum bem sei, Que um seja o senhor, e que um só seja o rei.

D

izia Ulisses em Homero, falando em público. Se nada mais tivesse dito, senão: Em Ter vários

senhores nenhum bem sei, estaria tão bem dito que bastaria; mas se para raciocinar precisava dizer que a dominação de vários não podia ser boa, pois o poderio de um só é duro e insensato tão logo tome o título de senhor, em vez disso foi acrescentar o contrário:
Que um só seja o senhor, e que um só seja o rei.
Talvez fosse preciso desculpar Ulisses, que possivelmente precisava então de usar essa linguagem para acalmar a revolta do exército, conformando, creio eu, suas palavras mais ao tempo que à verdade. Mas para falar com conhecimento de causa, é um extremo infortúnio estar-se sujeito a um senhor, o qual nunca se pose se certificar de que seja bom, pois sempre está em seu poderio ser mau quando quiser; e em Ter vários senhores, quantos se tiver quantas vezes se é extremamente infeliz. Se por hora não quero debater essa questão tão tormentosa - se as outras formas de república são melhores do que a monarquia gostaria ainda de saber, antes de pôr em dúvida a posição que a monarquia deve Ter entre as repúblicas, se ela deve Ter alguma, pois é difícil acreditar que haja algo público nesse governo onde tudo é de um.

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Discurso da Servidão Voluntária

Mas tal questão está reservada para um outro tempo e exigiria um tratado à parte, ou melhor, acarretaria por si mesma todas as disputas políticas.
Por hora gostaria apenas de entender como poder ser que tantos homens, tantos burgos, tantas cidades, tantas nações suportam às vezes um tirano só, que tem apenas o poderio que eles lhe dão, que não tem o poder de

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