História e memória social

2899 palavras 12 páginas
A história chamada de Antiga faz parte do repertório cultural dos brasileiros. Não apenas é ensinada nas escolas, nos ensinos fundamental, médio e universitário, como representa, para muitos brasileiros, uma espécie de História das nossas origens como cultura e civilização. A História Antiga é vista, com maior ou menor conhecimento, como o ponto inicial de uma jornada que, através da História Medieval e da História Moderna, dá sentido ao processo de colonização europeia que nos formou e nos transformou em descendentes da Europa, em membros do Ocidente, participantes da civilização ocidental. Desde o século xix, a “ocidentalização” de nossa História e de nossa memória foi um projeto consciente do Estado brasileiro e de nossas elites.
8 História Antiga
A História Antiga ocupa, assim, uma parte importante em nossa identidade como pessoas e como nação. Pensar sobre a História Antiga é uma maneira de pensarmos e repensarmos nosso lugar em um mundo em rápida transformação. Não se trata de uma questão ociosa. A identidade de uma pessoa, um grupo ou uma coletividade inteira é o que lhe permite pensar sobre si mesmo, repensar seu passado e reconhecer seus limites e suas potencialidades para construir seu próprio futuro.
O estudo das identidades ocupa um lugar de destaque nas Ciências
Humanas contemporâneas. Não apenas na História, mas também na Psicologia, na Antropologia e na Sociologia. Como veremos ao longo deste livro, a “questão” das identidades foi amplamente discutida nos últimos trinta anos. A ciência, hoje, recusa a ideia de que haja identidades raciais, étnicas ou de gênero que sejam naturais. As identidades são adquiridas e transformadas ao longo da vida e dos séculos. Elas são socialmente construídas, através de inúmeros processos, muitas vezes colocando pessoas e grupos em conflito, ou, pelo contrário, justificando conflitos já existentes.
Nossa identidade ocidental não advém apenas do estudo da História, nem, em particular,

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