história econômica do brasil
Caio Prado inicia a obra descrevendo as características geográficas do Brasil e do caráter inicial da formação econômica brasileira, a extração do Pau-Brasil, e do contexto econômico internacional, o capitalismo comercial e a expansão marítima. O inicio da colonização brasileira é associada ao novo momento vivido pelo despertar do capital mercantil na Europa. A extração de matéria-prima do solo colonial atendia as necessidades comerciais européias. O “descobrimento” da América pelos europeus e a conquista de colônias na Ásia inauguraram um novo momento histórico: o Antigo Sistema Colonial. Por “sistema colonial”, o autor esta se referindo a um sistema pré-capitalista de produção, onde há um Estado forte e centralizador que atende aos interesses da burguesia mercantil local e a colônia de exploração que fornece as matérias-primas necessárias aos interesses comerciais da metrópole. Caio Prado Júnior ao se referir ao sistema econômico colonial se refere a um sistema próprio que, apesar de ligado ao capitalismo, é independente dele, trata-se de um sistema que cria as bases para o sistema capitalista emergente, é por tanto, um modo de produção independente do capitalismo.
Caio Prado Junior passa a descrever o povoamento colonial, afirmando que inicialmente o povoamento da América não é interessante. Os interesses europeus no continente são estritamente comercias.
“Nestas condições, ‘colonizar’ ainda era entendido como aquilo que dantes se praticava; fala-se em colonização, mas o que o termo envolve não é mais que o estabelecimento de feitorias comerciais” (p. 16).
Esta afirmação é de comum acordo com a de Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil de que a ocupação da colônia atendia a uma necessidade expansionista do capital comercial europeu. A decadência da exploração de matéria-prima, principalmente no que se refere ao Pau-Brasil, foi rápida e teve como principal motivo o esgotamento das reservas naturais.
Caio Prado Júnior