História do ensino da lingua portuguesa
Este trabalho tem por objetivo apresentar e analisar uma breve trajetória do ensino de língua portuguesa no Brasil, a fim de refletir sobre diferentes práticas docentes para melhorar a aprendizagem dos alunos. Trata-se de um tema significativo, pois mais uma vez podemos ver a relevância da docência nos processos de aquisição da leitura e escrita, ao mesmo tempo em que percebe-se que após tanto tempo em pouco ou muito pouco foram alteradas tais práticas pedagógicas.
No século XIX, o ensino de língua materna relacionava-se a uma tradição de teoria e análise com raízes na filosofia grega, em que a linguagem era usada como expressão de pensamento. Só no início do século XX , com as novas teorias lingüísticas, começam a se ouvir os ecos de uma mudança, mas, ainda assim, o ensino de Língua Portuguesa se mantinha voltado à tradição gramatical, buscando-se a homogeneidade padronizada e desprezando-se a heterogeneidade dialetal. Desde o início do século até os anos 50 o ensino destinava-se a uma elite que valorizava a gramática normativa calcada na norma padrão. As camadas populares não tinham acesso à escola, pois as vagas eram escassas. Ora, esses alunos de uma classe privilegiada já chegavam à escola com um domínio razoável do dialeto de prestígio, a norma padrão culta, e seus professores eram teórica e didaticamente preparados com excelência. À escola, cabia o ensino da gramática normativa. Textos literários compunham antologias, através das quais se desenvolviam nos educandos as habilidades de leitura e escrita. Além disso, a leitura tinha início, nessa época, em casa, no seio da família. Liam-se os contos de Andersen e dos Irmãos Grimm; as fábulas de Esopo e La Fontaine; as histórias de Monteiro Lobato no Sítio do Picapau Amarelo; os livros da Condessa de Ségur e da Srª. Leandro Dupré, entre outros. Nos ensinos primário e secundário, trabalhava-se, ainda, com a antologia, mas a