Historia da Capoeira

I. Introdução

A capoeira se constitui em uma manifestação cultural afro-brasileira produzida historicamente no contexto da escravidão no Brasil. Por si só, já é sinônimo de vitória, afinal, venceu os grilhões das senzalas, o preconceito, a marginalidade e a perseguição, e se transformou numa luta que até hoje é praticada por milhares de pessoas e levada para diversos países como parte da cultura brasileira, sendo considerada uma das mais eficazes na disseminação da língua portuguesa.
No entanto, resgatando essa história, podemos relacionar a capoeira com a luta das pessoas com deficiência, seja contra o preconceito, seja contra a exclusão e ou discriminação. Mais uma vez ela mostra porque continua sendo um instrumento de reivindicação dos direitos de liberdade e de inclusão social.
Desde que os nossos irmãos africanos lutaram pela sua liberdade para conquistar o seu espaço na sociedade, até os dias de hoje, a capoeira vem vencendo barreiras. Agora, está ajudando jovens e adultos a vencerem seus obstáculos, a se sentirem “incluídos” na sociedade, pois se sabe que a capoeira realmente surgiu como “instrumentos de libertação contra um sistema dominante predominantemente opressor”.
Há evidências que a Capoeira surgiu dentro dos navios negreiros que transportavam os escravos da África, tanto homens e mulheres e até mesmo crianças, a fim de realizarem trabalho escravo no Brasil. Essas pessoas foram trazidas pela demanda da mão de obra, porém, as condições em que eles ficavam no interior do navio eram lastimáveis: passavam meses acorrentados, amontoados e sem nenhum cuidado com a higiene.
Quando chegavam, passavam por uma “seleção”, ocorrendo em alguns casos a venda para determinados “senhores”, que escolhiam aqueles que mais seriam “mais produtivos” em diversas áreas, seja nas fazendas ou servindo em suas casas, realizando tarefas como cozinheira, cuidadoras de crianças, enfim, sol a sol, sem descanso, pois não havia outra coisa a oferecer senão a força física.