Hipertensao arterial

REVISÕES & ENSAIOS

HIPERTENSÃO ARTERIAL NA INFÂNCIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
MARIA DANISI FUJIMURA

Embora bem menos freqüente na criança do que no adulto, o diagnóstico da hipertensão arterial (HA) na criança é muito importante, visto que — na infância — a hipertensão secundária predomina sobre a forma primária ou essencial, sendo portanto potencialmente curável ou pelo menos controlável através de medidas terapêuticas, de modo a diminuir significativamente a mortalidade conseqüente à doença causadora da HA 10 e n. A HA pode ser sistólica, diastólica ou ambas e pode ser definida como a pressão arterial (PA) repetidamente acima do percentil 90 (e às vezes acima do percent}] 95), percentis esses calculados a partir de valores obtidos em crianças normais, deitadas, nas quais os níveis pressóricos foram determinados pelo método auscultatório, com o manguito colocado no braço direito. Na figura 1 são apresentados os valores obtidos por Londe, em ambulatório, para meninos e meninas sadios, de idades compreendidas entre quatro e quinze anos, e onde são salientados os valores médios e os percentis 90 e 95, para as pressões sistólica e diastólica 12 .

Alguns fatores têm importância relevante na prevalência de HA. Entre eles, cite-se a obesidade 17, o conteúdo habitual de sódio na dieta 5 , as angústias e tensão emocional 7. Em relação à hereditariedade, pode-se afirmar que filhos de pais hipertensos têm um risco maior de desenvolver hipertensão: a tendência familiar de hipertensão pode ser observada precocemente na infância 18 . Em resumo, a presença de HA na população pode ser considerada como uma interação entre predisposição poligênica e múltiplos fatores ambientais. A incidência de HA na infância e adolescência é incerta. Os dados a respeito são escassos e os resultados das publicações nem sempre são comparáveis, porque as tomadas de pressão foram feitas em condições e comunidades diferentes e com critérios diversos. Apresenta-se, a seguir, os dados obtidos