Heráclito de efeso

Heráclito de Éfeso

Heráclito viveu entre os séculos VI e V a.C.; era natural de Éfeso. Homem de sentimentos elevados, orgulhoso e cheio de desprezo pelos outros.
Tinha caráter desencontrado e temperamento esquivo e desdenhoso. Não quis de modo nenhum participar da vida pública: “solicitado pelos concidadãos a elaborar leis para a cidade, recusou-se, porque ela já caíra em poder da má constituição.”.
Escreveu um livro intitulado sobre a natureza, do qual chegou até a nós numerosos fragmentos, elaborado de modo obscuro e com estilo que recorda as sentenças oraculares, “para que dele se aproximassem apenas aqueles que conseguiam” e o vulgo permanecesse longe.
Fez isso para evitar o desprezo e a caçoada que, lendo coisas aparentemente fáceis, acreditam estar entendendo aquilo que, ao contrário, não entendem. Por esse motivo foi denominado “Heráclito, o obscuro”.
Fragmentos:
Para deus são belas todas as coisas e boas e justas, mas homens umas tomam injustas, outras justas. (102)
Pois cães ladram contra os que eles não conhecem. (97)
Procurei-me a mim mesmo. (101)
De alma é (um) logos que a si próprio se aumenta. (115)
Que não vos abandone a riqueza, efésios, a fim de que seja provada a vossa ruindade. (125ª)
Natureza ama esconder-se. (123)
A todos os homens é compartilhado o conhecer-se a si mesmo e pensar sensatamente. (116)
As (coisas) frias esquentam, quente esfria, úmido seca, seco umedece. (126)
Um homem quando se embriaga é levado por criança impúbere, cambaleante, não sabendo por onde vai, porque úmida tem a alma. (117)
Fadiga é pelo menos penar e ser governado. (84b)
Um homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra. (87)
O mesmo é em (nós?) vivo e morto, desperto e dormindo, novo e velho; pois estes, tombados além, são aqueles e aqueles de novo, tombados além, são estes. (88)
A doutrina do “tudo escorre”
Os filósofos de Mileto haviam notado o dinamismo universal das coisas, que nascem, crescem e perecem, bem como do mundo, ou melhor, dos