Hengieiro

1940 palavras 8 páginas
Introdução
Tudo começa quando o rapaz sente o desejo de se casar e dá a conhecer aos seus pais; esta fase, geralmente, pode (ou pelo menos podia) acontecer de duas formas: se ele ainda não tiver companheira, cabe aos pais arranjar-lhe uma que, normalmente é de uma família conhecida e que tenha boa reputação; se ele já tiver uma mulher pretendida, como atualmente acontece, ele apresenta-a aos seus pais, e estes por sua vez vão avaliando o comportamento da rapariga pretendida em fim de aprová-lo ou não.
(Atualmente esta é a opção mais comum, sobretudo nas zonas urbanas, pois aqui os jovens já gozam da liberdade de escolherem os seus próprios cônjuges. A primeira, que começa a entrar em desuso, ainda é a mais comum nas zonas rurais).

Alembamento
O preço ou o valor para as despesas do alembamento (casamento tradicional) não era estipulado, e o que temos vindo a assistir, nos últimos anos, é um verdadeiro atropelo aos ensinamentos deixados pelos nossos antepassados, afirmou João de Gouveia Pinto.

O ancião disse que, atualmente, a prática do alembamento em Angola tem estado a perder o seu real valor devido às inúmeras exigências impostas aos jovens que pretendem levar uma vida a dois.

João de Gouveia Pinto considera que a dolarização dos usos e costumes tradicionais é um ato de puro desrespeito à tradição e à cultura angolana, tendo-se mostrado bastante preocupado.

Quando nasceu, há 53 anos, o alembamento na época era considerado um acontecimento de respeito, amor e dignidade para com a mulher e as famílias de ambos os cônjuges.

Entretanto, com ele a reportagem do “Dossier”, regressou ao passado, para que se abordasse vários aspetos socioculturais acerca do alembamento.

Segundo João de Gouveia Pinto, antigamente, o ato de alembar era antecedido de três atos distintos, sendo que o primeiro encontro servia apenas de uma apresentação entre as famílias com o objetivo de se conhecerem as exigências e os hábitos familiares.

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