Hegel Movimento Especulativo Espirito Historia
HEGEL, O MOVIMENTO ESPECULATIVO DO ESPÍRITO E A HISTÓRIA
Lincoln Menezes de França1
Resumo
A filosofia hegeliana tem como princípios fundamentais os conceitos de liberdade e razão.
Para Hegel, é possível que a liberdade e a razão se realizem. Mas essa possibilidade só é efetiva a partir da perspectiva do pensamento especulativo. No desenvolvimento de seu pensamento, Hegel reconheceu que a verdadeira liberdade não pode ser imposta, mas efetivada a partir de uma concepção ontológica fundada na realização da ideia que é Espírito.
Essa concepção sistemática fundamenta a filosofia da história madura hegeliana, caracterizando a História enquanto manifestação do Espírito. Neste trabalho, tratamos da relação fundamental entre a História e a concepção hegeliana do movimento especulativo do
Espírito. Para isso, num primeiro momento, busca-se a definição hegeliana do especulativo, para, por fim, reconhecer a relação que se estabelece entre o lógico especulativo e a concepção hegeliana de História.
Palavras-chave: Hegel, liberdade, Espírito, Ideia, Especulativo.
Introdução
A liberdade é o conceito fundamental da filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel
(1770-1831). Esse conceito perpassa todo o desenvolvimento de seu pensamento, sendo que as questões políticas da Europa revolucionária, napoleônica e da Restauração foram fundamentais à constituição conceitual do pensamento hegeliano de maturidade. No período napoleônico, em sua primeira grande obra, publicada em 1807, a Fenomenologia do Espírito,
Hegel defende os avanços políticos do Estado bonapartista, mas não o reconhece enquanto a expressão mais alta da realização espiritual, tendo em vista o caráter meramente jurídico desse
Estado. Nesse sentido, de acordo com Lukács (1963, p. 488), o filósofo expressa um caráter utópico na Fenomenologia.
Tal posição, de forma geral, será defendida por Hegel também em Nuremberg entre
1808 e 1816, onde Hegel é diretor do Ginásio e