Gênero

5940 palavras 24 páginas
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A Teoria Queer e a Questão das Diferenças: por uma analítica da normalização

Richard Miskolci*

Há várias formas de compreender as diferenças, sendo que a mais conhecida as associa às vivências de desigualdades e injustiças que caracterizam grupos socialmente marcados como inferiores, anormais ou abjetos.1 As “minorias” étnico-raciais, de gênero e sexuais2 explicitam maneiras tão diversas de vivenciar a diferença que tornam patente o fato de que, ainda que sejam mais ou menos relacionadas, cada diferença denota uma forma particular de opressão.
Neste artigo, introduzirei o/a leitor/a à Teoria Queer de forma a mostrar sua abordagem distinta dos estudos de minorias, seu objeto e metodologias de investigação.
Depois, adentrarei em seu diálogo com outros saberes subalternos na tentativa de constituir uma analítica articulada das formas de opressão. Por fim, apresentarei um esboço da abordagem contemporânea das diferenças, seus desafios e promessas no campo das ciências sociais, educação, história e até na psicanálise.

*

Professor Adjunto de Sociologia – Dep. Ciências Sociais – UFSCar
O estudo sociológico clássico sobre a diferença como estigma é o de Erving Goffman (1988, primeira edição de 1963). No presente, destacam-se as reflexões de Judith Butler sobre as identidades socialmente classificadas como abjetas (Butler, 2004). Na intersecção entre raça, gênero e sexualidade encontra-se
Aberrations in Black – Toward a Queer of Color Critique do sociólogo norte-americano Roderic A. Ferguson
(2004).
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Hoje, critica-se o termo minoria que, sob a pretensa neutralidade numérica, desvaloriza grupos subordinados pelos hegemônicos (propositalmente confundidos com maioria). Um exemplo claro é a incoerência de se referir às mulheres como minoria já que elas constituem numericamente a maior parte da humanidade.
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Em fevereiro de 1990, Teresa de Lauretis empregou pela primeira vez a denominação Teoria Queer para contrastar o empreendimento

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