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- O exílio de Boabdill
A data de exílio de Boabdill é incerta. Alguns dizem que ele foi acolhido no acampamento de dom Pedro Hurtado, irmão do conde de Tendilla. Para outros, Boabdill ganhou Andarax, na serra das Alpujarras. Outro cronista de nome desconhecido dizia que Boabdill, em seu caminho para o exílio, dispensava dos cavalheiros de seu séquio todas as honrarias que eram a ele oferecidas porque, para Boabdill, mesmo com todo o respeito que ainda tinha até mesmo por parte de Fernando e de Isabel, ele não era nada mais do que um Mouro derrotado e forçado a reconhecer a suserania dos monarcas cristãos.
Antes de Granada, outras cidades haviam sido reconquistadas e, sob certas condições, o culto ao Islã era permitido. Essas populações eram chamadas de “infíes” e abrangia tanto os Mouros convertidos ao catolicismo quanto pessoas sem leis nem rei. A influencia da convivência com esses povos refletiu até mesmo na arquitetura de grandes palácios e edifícios religiosos, como o mosteiro de Guadalupe, e no artesanato local da época.
Com a queda de Granada, a elite mulçumana e o séquio de Boabdill entenderam que mais nenhuma muralha seria suficiente para conter um ataque das forças católicas e então, muitos emigraram para a África do Norte.
A princípio, as condições dos vencidos eram favoráveis. Os costumes não foram alterados e os ulemás continuaram a dirigir a vida religiosa da comunidade. Mas isso tudo era uma questão de tempo até ser mudado e, com a morte dos mais velhos e a troca de gerações no poder, essa tolerância chegou ao fim. Granada era um ponto estratégico e a repressão de qualquer rebelião por parte dos mouros deveria ser fortemente efetiva para a manutenção do poder católico. Assim, a distribuição de terras e de privilégios (repartimento) foi iniciada no dia seguinte repartindo as propriedades mulçumanas entre os colonos. Os mouros que decidiam ficar em vez de emigrar para a Berberia pagavam pesados tributos e corveias e, sem as suas elites,