Graduanda

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Comédia: um gênero libertador

A comédia não tem uma origem precisa, podemos dizer apenas que surgiu na Europa se estendendo por territórios sob seus domínios e outros com os quais fazia algum contato cultural. Assim como a tragédia, a comédia possui características que assumem diversas formas no decorrer da história, mas que mantém a sua funcionalidade. Ela pode ser dividida em três períodos específicos, sendo eles: a Comédia Antiga ou Clássica, a Comédia Média e a Comédia Nova, da qual se tem traços presentes até os dias de hoje. O principal autor grego do gênero foi Aristófanes que, em cerca de quarenta anos de vida literária, escreveu aproximadamente quarenta peças. Ele viveu em um período politicamente conturbado da Grécia, período este de guerras e mudanças políticas. Suas obras tem sempre um lado voltado para a polis e possuem um tom intelectual. Antes de Aristófanes, o gênero se encontrava em estado de evolução e não possuía um nome que marcasse por sua expressividade. A comédia se introduziu em um campo teatral dominado pela tragédia, retomando a dualidade constituída pelo coro e pelos atores, numa espécie de espetáculo ao mesmo tempo musical, dramático e lírico. Suas partes principais eram o prólogo – que seria a introdução, o diálogo inicial. O prólogo era seguido do párodos – que era a primeira parte do coro – e o agón, que era o debate entre o protagonista e o coro. Quando o coro avançava para o público, chegava então a parábase, quebrando a ilusão dramática e a sequência da peça, sendo a última parte coroada pela farsa. Este esquema geral era utilizado por Aristófanes também. Entretanto, ele utilizava destes artifícios de uma maneira original: misturava todos os ingredientes: uma premissa que poderia ser séria, ridícula ou fantástica. Acrescentava um coro capaz de dar dramaticidade, com personagens cotidianos, e incluía também alegorias, paródias e poesia satírica. Assim, tentava tirar os