GODELIER, Maurice. “Moeda de Sal” e Circulação das Mercadorias entre os Baruya da Nova Guiné. São Paulo: Ática, 1981. (pgs 124 a 148).

818 palavras 4 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
ANTROPOLOGIA III
DATA: 29/01/2013.

GODELIER, Maurice. “Moeda de Sal” e Circulação das Mercadorias entre os Baruya da Nova Guiné. São Paulo: Ática, 1981. (pgs 124 a 148).

Os indígenas da Nova Guiné se alimentam essencialmente de tubérculos, acarretando com isso um forte déficit de sódio, o que os obriga a conseguir sal de um modo ou de outro. Para as tribos que moravam na costa o sal lhes era oriundo das águas do mar e trocado com tribos do interior, o que nem sempre era possível, devido a alguns impedimentos como a distância, o relevo, o estado de guerra, entre outras dificuldades. Os Baruya fabricam seu próprio sal a partir das cinzas de uma planta proveniente do sudeste asiático, (o Coix gigantea koenig ex Rob). Corta-se a erva do sal cada ano durante um período seco, e esta brota espontaneamente.

A oficina onde se produz o sal é de propriedade de um especialista, o produtor do sal, e esta produção se dá num processo totalmente artesanal. Ele é quem vigia todo o processo para a produção do sal, é ele o mestre da magia do sal. Os Baruya classificam as barras em três categorias de acordo com seu tamanho, marcando-as com nomes diferentes e atribuindo-lhes valores de trocas diferentes. O processo de produção do sal se desenvolve em duas fases, separadas por grande intervalo de tempo: na primeira fase se faz a coleta, incinera a erva de sal e se constroi um abrigo para proteger as cinzas; segunda fase é a fabricação do sal: filtragem, evaporação e embalagem.

Nesta divisão social do trabalho, homens e mulheres participam da primeira fase, o trabalho é individual ou coletivo e vai de acordo com a importância da tarefa. Já na segunda fase, a fabricação do sal é um trabalho essencialmente masculino cercado de discretos rituais e interdições sexuais que exorcizam os ricos da contaminação feminina. Confere ao especialista a parte mais delicada do trabalho: vigiar a

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