Glossolalia
Deixem-me abrir esse artigo de cara, informando minha posição sobre a glossolalia hoje. Sou continuacionista e que me perdoem os cessacionistas (que inclusive podem não querer ler o artigo até o fim), mas não consigo encontrar base sólida para o cessacionismo no Novo Testamento. Muito fraca a interpretação de 1Co 13 sobre "o que é perfeito" para sustentar esta posição doutrinária. O uso do texto de At 2 também não prova que a glossolalia sempre tenha que ser obrigatoriamente o falar em idiomas existentes. Claro que então foi o que aconteceu, mas não quer dizer que todos os casos o sejam.
Por outro lado, que me perdoem os pentecostais, pois não encontro base sólida nas cartas para o ensino de que falar em línguas é prova de que alguém foi batizado com o Espírito Santo, ainda que no início do derramamento do Espírito sobre a igreja acontecesse isso em alguns casos. Entretanto, isso não se aplica como doutrina da evidência do batismo no Espírito Santo.
Enquanto explico, vou tentar provar que ambas as doutrinas estão carentes de apoio escriturístico dentro de uma boa hermenêutica para serem sustentadas por seus expositores e defensores. Ora falarei do cessacionismo, ora falarei da glossolalia como evidência do batismo no Espírito.
Começando pelo livro de Atos, que não é doutrinário e sim histórico, o que encontramos no cap. 2 é uma glossolalia idiomática. O propósito do Espírito ali, além de inaugurar Sua era de atuação, como prometida por Cristo, era também anunciar o Evangelho a judeus de outras nações que estavam ali em Jerusalém por ocasião da festa de Pentecostes. Tais judeus da diáspora (dispersão) ouviam os discípulos falarem em sua língua materna. Ali havia judeus egípcios, partos, medos, elamitas, árabes, cretenses e muitos outros, que ouviam nessas mesmas línguas o Evangelho sendo anunciado pelos 120 que foram cheios do Espírito Santo naquele dia, na casa de Maria mãe de Marcos. O resultado daquilo tudo foi a