Globalização

A idéia de uma integração mundial sem limites, fronteiras, ou barreiras, onde a livre concorrência traria as melhores condições possíveis de comércio, onde pessoas, informações, produtos e capitais se internacionalizariam de forma a culminar no melhor cenário possível para a humanidade. Isso é a globalização enquanto mito. Quando a realidade é observada e acentuada, é possível entender o real significado da globalização, um instrumento de subordinação. No decorrer desta obra, demonstrar-se-á o processo de formação do sistema mundial baseado em estados nacionais, assim como seu funcionamento. Evidenciaremos os pontos nos quais a globalização pressupõe um grau de hierarquia, e como o pólo, as demais potências, e os países periféricos se inter-relacionam. Também será abordada a forma pela qual ocorre a manutenção dos países periféricos na sua categoria, e como os desenvolvidos conseguiram esse feito.
A manutenção das posições
Os países desenvolvidos vêm por toda a história sugerindo instituições e políticas a serem seguidas pelos periféricos. Essas sugestões são baseadas no liberalismo econômico, onde os neoclássicos diriam que através dessa política os estados alcançariam o pleno emprego, plena substituição entre os fatores capital e trabalho, equilíbrio endógeno no mercado de trabalho, maximização de preferências individuais e expectativas racionais, inexistência de incerteza e informação e tecnologia simétrica. Segundo essas políticas, para alcançar as características supracitadas, caberiam aos países periféricos conduzirem suas economias através dos livres-mercados, com mínima intervenção estatal, com boas instituições e devidamente regulados, o que levaria à convergência de padrões de vida entre os países.
Contudo, uma série de críticas pode ser levantada contra essa abordagem. Em primeiro lugar, as premissas que marcam o individualismo metodológico da visão neoclássica para o estudo do desenvolvimento fazem com que este seja um resultado de conquistas