Glaucoma secundário à fístula carótido-cavernosa espontânea com resolução após a embolização da fístula relato de caso

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Glaucoma secundário à fístula carótido-cavernosa espontânea com resolução após a embolização da fístula: relato de caso
Fístulas carótido-cavernosas espontâneas são raras e ocorrem mais frequentemente em mulheres de meia-idade. Os autores relatam um caso de uma fístula carótido-cavernosa espontânea em mulher idosa evoluindo com glaucoma de difícil controle. Após a embolização cirúrgica da fístula a paciente apresentou regressão da sintomatologia e normalização da pressão intraocular.
INTRODUÇÃO
Fístulas carótido-cavernosas consistem em uma comunicação anormal entre o sistema arterial carotídeo e o seio cavernoso venoso(1-2). Elas surgem após trauma ou de modo espontâneo(1). A mistura de sangue arterial e venoso leva a um aumento da pressão venosa episcleral, ocasionando na maioria dos pacientes um aumento da pressão intraocular (PIO)(3). Essa condição tem sido chamada de "síndrome da fístula dural e do olho vermelho" ou "síndrome da fístula dural"(4).
No presente trabalho relatamos um caso de glaucoma pós trabecular ocasionado por uma fístula carótido-cavernosa espontânea com completa resolução após a embolização cirúrgica da mesma.
RELATO DE CASO
A.E.S.I., sexo feminino, 81 anos de idade, branca, encaminhada devido à cefaléia há um mês e dor no olho direito há sete dias. Referia hipertensão arterial sistêmica e hipotireoidismo em tratamento. Negava trauma e outras doenças oculares ou sistêmicas.
Ao exame a acuidade visual com correção era de 20/30 no olho direito e 20/25 no olho esquerdo. Exoftalmometria revelou uma proptose do olho direito de 4 mm. A motilidade ocular extrínseca não continha restrições. À biomicroscopia encontramos vasos conjuntivais dilatados e tortuosos na região temporal do olho direito (Figura 1A). A profundidade da câmara anterior estava preservada. A PIO medida com o tonômetro de aplanação de Goldmann foi de 22 mmHg no olho direito e 12 mmHg no olho esquerdo às 18:50 h. Na gonioscopia conseguíamos visualizar esporão escleral

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