gestão do talento

A receita da gestão do talento
Depois dos esforços para selecionar e lapidar um bom funcionário para transformá-lo em um agente transformador útil à estratégia, as empresas se dedicam a conquistá-lo para evitar que tamanho investimento não caia na mão do concorrente
Por Christye Cantero
Entre 1957 e 1964, o avô de Renato Ferreira Junior trabalhou na Mercedes-Benz. Desde pequeno, ele se acostumou a ouvir o avô falar com orgulho do seu ambiente de trabalho e de como era bom trabalhar em uma das mais prestigiadas montadoras do mundo. Foi o bastante para despertar no neto o desejo de um dia trilhar o mesmo rumo. Renato não perdeu tempo. Aos 14 anos entrou para o curso de ferramentaria, que faz parte do programa “Aprendizagem”, promovido pela DaimlerChrysler desde 1957 – um ano depois da montadora fincar terreno no Brasil --em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Depois do curso e de conhecer a fábrica, ele não teve dúvidas, iria estudar engenharia e foi o que fez. Como na época a maioria das faculdades tinha cursos no período da manhã, o jeito foi deixar a montadora em 1978. Terminada a graduação, em 1983 era hora de voltar a trabalhar na empresa. Por sorte, 1984 foi um ano de readmissão e davam preferência aos ex-funcionários. “A empresa investe na base, esse é o diferencial”, comenta o atual gerente de pré-planejamento industrial de caminhões e agregados. Renato é uma das 400 pessoas do corpo executivo que entraram na DaimlerChrysler por meio do “Aprendizagem”– um projeto realizado em parceria com o Senai e que oferece cursos relacionados à área produtiva, como mecânica e ferramentaria. O aprendizagem é uma das ações do programa de desenvolvimento humano "Jovens Talentos", para a formação de estagiários, e aprendizes industriais.
Investir no talento interno é a saída para muitas empresas que sentem necessidade de mão-de-obra tecnicamente especializada e culturalmente próxima do DNA da companhia. Criar dentro de casa essa força