Gestão de estoque
Peter Wanke, M.Sc.
1. Introdução
Conforme foi apontado em outro artigonesta mesma revista (edição de agosto/2002), a gestão de estoques de peças dereposição constitui um capitulo a parte da gestão de estoques. Isto por que aspeças de reposição apresentam substanciais diferenças com relação aos custos deaquisição (em geral mais altos), aos tempos de resposta (em geral mais longos),ao giro dos estoques (em geral mais baixo) e à distribuição da demanda(definitivamente não aderente à distribuição normal) quando comparadas, porexemplo, aos bens de consumo não duráveis e suasmatérias-primas.
Especificamente, a impossibilidade de assumir a distribuição da demanda aderente à curva normal, torna bastante complexa a resposta à seguinte questão: qual deve ser o ponto de pedido ou o estoque de segurança de uma determinada peça de reposição para que a probabilidade da falta seja tão pequena quanto se desejar? Diversos livros de estatística, administração de materiais e logística apresentam, nos seus apêndices, tabelas com as probabilidades da distribuição normal acumulada, que tornariam relativamente "mais simples" a resposta para esta questão. O problema é que não se sabe, de antemão, qual a magnitude do erro no planejamento dos estoques decorrente da suposição da distribuição normal quando a demanda definitivamente não tem este perfil.
Um caminho normalmente utilizado para lidar com tal situação é considerar que o perfil da demanda é aderente a distribuição Poisson. As propriedades desta distribuição a tornam particularmente interessante para o entendimento de como diferentes níveis de estoques de segurança afetariam a probabilidade de falta de produto, especialmente em ambientes de baixo giro, ou seja, consumo anual entre 1 e 300 unidades por ano. Por exemplo: • a distribuição Poisson é discreta, ou seja, é possível calcular a probabilidade de ocorrência de um determinado nível de consumo com base