Gestalt

A visão de Mônica Mônica, aos 39 anos era uma mulher educada e bem sucedida profissionalmente. O marido era diplomata, o que fazia com que sua vida fosse uma coleção de eventos sociais e culturais. Quando estava em crise, mergulhava no trabalho. Considerava o trabalho e as relações com as muitas amigas, parte de um mundo artificial, em que a imagem tinha valor. Esta vida que levava, levou-o a uma crise nervosa, onde ficou muda, impossibilitada de falar, até mesmo com suas filhas pequenas. Depois de um período de tratamento psiquiátrico, Mônica procurou a terapia. Nas sessões ela assumia dois personagens: ora se apresentava muito elegante e formal, outras vezes, parecia uma criança de cinco anos, perguntando muito a respeito de tudo. Em uma conversa contou que o marido estava tendo um caso com uma funcionária. Ficou zangada, mas não conseguia expressar toda a sua raiva com a descoberta. Algum tempo depois o casal se separou. Um dia ela apareceu diferente na sessão. Estava mais focada e mais atenta. Confessou que sempre vinha à terapia sem as lentes de contato e, dessa forma, via tudo nublado, principalmente a imagem da terapeuta. Dessa forma, relata que sentia-se segura durante a sessão. Isso parecia uma brincadeira de esconde-esconde, aparecer e desaparecer. Controlando a visão, Mônica achava que poderia controlar a terapeuta também. Assim, não se tornava possível atingir nenhum ponto seu mais frágil. Ficou combinado então, de Mônica usar seus óculos para finalmente, conseguir entrar em contato com o mundo.

Lutando com um campeão anômino Otávio, de 27 anos, era um rapaz franzino e pensativo. Estava vivendo no momento uma fase difícil em sua vida profissional. Sofria também com dores na coluna, que havia sido operada há uns dias. Ao buscar saber sobre sua família notou-se um certo ar de perplexidade no rosto. Mais tarde ficou sabido de sua história com o jogo de xadrez. Enquanto fazia entrevista, mentalmente ele estava jogando xadrez. Já havia