Geografia na sala de aula
Apresentação
Refletir sobre o modo como se ensina,os conteúdos, os instrumentos que se utilizam (e os modos como podemos utiliza-los) apresenta-se, hoje, como fundamental. O que não implica abdicar dos instrumentos técnicos, mas trabalhar com as possibilidades, sempre ampliadas, da troca ou divulgação constante de novas informações. Num mundo em que a informação passa para o primeiro plano, como signo de distinção social, a “formação” do cidadão na escola tem passado para o segundo plano , instalando um período de crise no ensino, numa sociedade em que a informação se confunde com a formação. O tempo da informação é rápido, seu ritmo é veloz, em pouco tempo tudo se torna obsoleto. Já o processo de formação envolve um outro tempo, aquele da reflexão, radicalmente diferente do imposto pelo desenvolvimento técnico. Como entender o chamado “mundo globalizado” em que vivemos? A partir da vida cotidiana, das instâncias do lugar – como dimensão de realização do mundial -, pode se iniciar o aprendizado na sala de aula? Questão aberta para uma gama ampla de caminhos possíveis, o conjunto de textos que compõe este livro traz reflexões, análises e críticas profundas e necessárias sobre o ensino da geografia, ora com o sentido de apresentar a relevância da geografia na formação do cidadão, ou ainda, os instrumentos analíticos necessários ao ensino. Pode-se afirmar que se esboça – com a autoridade daqueles que trabalham, há muito tempo com o ensino da geografia – um panorama/balanço do ensino da geografia a partir de seu objeto de estudo: o espaço geográfico. Nessa perspectiva, iluminam-se as relações entre o ensino e a pesquisa, como relação crítica. Aqui também são apresentados textos que trazem para o debate o papel da televisão e do cinema como possíveis instrumentos didáticos. Nesse sentido, abrem-se as perspectivas de uma construção sempre “renovada da geografia que se ensina”.