GEOGRAFIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL

Atualmente estamos vivendo a era da transnacionalidade da política em detrimento de um mundo globalizado que dificulta a participação e o controle democrático dentro de um Estado. Desta forma, é preciso repensar os mecanismos de participação na democracia de forma transnacional, necessitando uma reconstrução institucional dos espaços democráticos desde que os Estados foram perdendo as condições de controle de sua autonomia política, econômica, social e cultural.
A globalização exige ações coordenadas dos Estados com novos atores do sistema internacional e suas forças: organizações internacionais, ONGs, corporações, capital internacional, etc. Observa-se que os Estados não são mais independentes para definir suas estratégias políticas porque as decisões importantes não são mais tomadas somente no âmbito interno, mas fora do Estado também, acarretando conseqüências para democracia.
Na ordem de Westphalia os Estados se reconheceram reciprocamente como igualmente soberanos, ou seja, uma ordem pacífica cuja regra é o respeito mútuo, no entanto os Estados soberanos democráticos continuaram a praticar violações e intervenções na política doméstica de outros Estados sob alegações forjadas da “defesa da ordem” que justificassem uma intervenção na autonomia doméstica.
Na atualidade, os Estados são capazes da agir e interagir nos espaços transnacionais de modo mais intenso em relação ao passado, gerando “dificuldades ao se delimitar qual a fronteira política de um Estado.Se isto é um problema para a soberania, é um problema também para a democracia .” (VILLA e TOSTES, 2006, p.91) Isto porque se mudaram algumas condições das instituições que asseguravam a correspondência entre a relação do poder com o território sobre o qual ele é exercido.
A diminuição de distâncias propiciada pelas tecnologias da globalização, como a Internet, propicia acesso a dados, informações e instituições; comunicação a distância, realizações de transferências e negócios que trazem