Geografia Clássica

A Geografia moderna e a Geografia clássica
A Geografia moderna nasce como um projeto da revolução burguesa. E como um fenômeno alemão, em que a revolução burguesa mais se atrasa. Hartshorne informa que, no formato de base com que a conhecemos, nasce das mãos de Kant.
Acontece que o século XVIII vai conhecer a Revolução Burguesa e Revolução Industrial, dois eventos que ocorrem primeiramente na Inglaterra depois na França – a Revolução Burguesa na Inglaterra no século XVIII e na França no século XVIII, e a Revolução Industrial na Inglaterra século XVIII e na França no século XIX - , com a Alemenha ficando de fora, trazendo, trazendo o homem para o primeiro plano do cenário.
A busca da combinação de uma sistematização do conhecimento errado pela ciência no plano da natureza e de uma incorporação do homem em seu discurso, e que agora desafia a evolução do pensamento tanto científico quanto filosófico, é o seu projeto.
A Geografia que Kant conhece é um agregado de conhecimentos empíricos de todos os âmbitos, organizados em grupos de classificação, uma taxonomia do mundo físico, no sentido aristotélico do termo, e por isso designada de Geografia Física.
Karl Ritter é quem irá realizar essa transformação. Ritter é geógrafo de formação e ao mesmo tempo um acadêmico atento para o seu tempo. Conhece tanto a bagagem intelectual da Geografia que o antecede quanto a nova fundamentação que lhe é emprestada por Kant. E vai assumir a tarefa de dar-lhe o salto de maturidade que falta.
Pode-se, assim, falar de uma Geografia de antes e de depois de Ritter, no sentido do corte epistemológico referido por Foucault para as ciências do homem do século XVIII (Foucault, 1985 e 1986), de levá-la a transpor a fase taxonômica e descritiva da representação clássica para a da representação moderna, centrada no conceito e na explicação. Ritter cria de fato, uma forma e uma fase nova para a Geografia, designa-se de Geografia Comparada.
Humboldt vai orientar-se nesse novo fundamento de