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7527 palavras 31 páginas
Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 15-16: 000-000, 2005-2006.

A CERÂMICA WAUJA: ETNOCLASSIFICAÇÃO,
MATÉRIAS-PRIMAS E PROCESSOS TÉCNICOS*
Aristóteles Barcelos Neto**

BARCELOS NETO, A. A cerâmica wauja: etnoclassificação, matérias-primas e processos técnicos.
Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 15-16: 000-000, 2005-2006.

RESUMO: A cerâmica wauja é a mais elaborada classe de artefatos do sistema de objetos do Alto Xingu. Seus tipos variam desde minúsculas panelinhas até enormes panelas com 115 cm de diâmetro. Este artigo descreve o sistema nativo de classificação da cerâmica e seu padrão geral de fabricação, atentando para os detalhes que distinguem as qualidades técnica e estética das panelas conforme as percepções wauja.

UNITERMOS: Índios Wauja – Cerâmica – Alto Xingu.

Desde a penúltima década do século XIX, quando teve início o colecionamento etnográfico no Alto Xingu, a cerâmica wauja tem sido a classe de artefatos mais coletada. Desde as duas últimas décadas, somam-se a essa antiga
“diáspora” de objetos milhares de “panelinhas” que os Wauja1 produzem especialmente para as lojas de artesanato indígena. Contudo, o que se

sabe sobre a cerâmica wauja não corresponde à sua impressionante dispersão pelo mundo. Esse enorme volume de artefatos cerâmicos é bastante variado dos pontos de vista formal, estético e das economias simbólicas em que eles se inscrevem. O objetivo desse artigo é oferecer alguns subsídios etnográficos para compreender essa heterogeneidade.

(*) Quero registrar minha gratidão aos Wauja, em especial a Atamai, Itsautaku, Aulahu, Kamo, Yanahin, Kuratu e
Hukai. Meus trabalhos de campo foram financiados pelo
Governo do Estado da Bahia e pelo Funpesquisa/UFSC
(ano de 1998), pelo Museu Nacional de Etnologia (ano
2000), pela FAPESP (anos de 2001, 2002, 2004 e 2005) e pelo Musée du quai Branly (ano de 2005). A CAPES e a
FAPESP concederam-me bolsas de estudos em diferentes

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