Geneton Moraes Neto na Famecos

O papel do repórter no jornalismo sem papel

Geneton Moraes Neto e Luiz Claudio Cunha entregaram aos alunos da Famecos uma grande palestra no 24º SET Universitário. Com o tema “O papel do repórter no jornalismo sem papel”, os convidados debateram os mais variados aspectos que tal assunto proporciona.
Com um vasto currículo e 41 anos de profissão de Geneton e 42 de Luiz Cláudio, não houve favoritos, os olhares atentos do público foram igualmente divididos. Luiz Cláudio começou o debate elogiando Geneton e também dando dicas aos futuros colegas. “Não existe melhor perguntador que ele na imprensa brasileira. O jornalista precisa questionar. A profissão se caracteriza por isso. Mas cuidado: o maior erro que um repórter pode cometer é formular perguntas muito grandes. Isto dá margem para a fonte pensar e responder o que bem entender.”
Geneton contou várias situações que ocorreram durante seus 41 anos de profissão, reproduzindo vídeos de suas entrevistas, deixando claro seu método de questionar objetivamente e sem medo, como nas entrevistas com os generais da época da ditadura Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves, que apesar de um pouco ásperos em suas respostas, davam ao jornalista aquilo que se buscava. Essas entrevistas mostraram algo que jamais teria ocorrido há pouco tempo atrás, no quis diz respeito ao tempo da ditadura, que é questionar, afrontar um general, e mesmo o entrevistado se sentindo acuado, conseguir algumas respostas. Usando de frases de efeito, Moraes Neto provocou: “o jornalista sempre se acha melhor do que realmente é”, e deu uma dica: “cutucar o entrevistado é muito melhor do que inflar o ego dele”.
Luiz Cláudio Cunha foi mais crítico, falando mais sobre o papel do repórter no jornalismo sem papel. “Quando se inventou o computador, nós jornalistas tínhamos que fechar o jornal lá pelas 19, 20 horas, e que agora poderíamos fechar lá pelas 22 horas. O que aconteceu foi justamente o contrário, os deadlines caíram, ficando lá pelas 17, 18 horas.