GED Gestão eletrônica de documentos

Introdução

Em 1992 Luis Carlos Lopes acentuava os problemas causados pela crescente produção documental e a falta de um programa de gestão de documentos. No artigo “Arquivópolis: uma utopia pós-moderna” o autor faz uma comparação interessante, trazendo dados da época, onde para centralizar os arquivos apenas dos órgãos federais, seria necessário edificar aproximadamente 5000 prédios de cinco andares, isso sem contar os serviços necessários, escritórios dos funcionários que lidam com esses documentos, hospitais e comércios para tais profissionais, avenidas pra uso, etc. Enfim, seria necessário construir uma nova cidade, que o autor nomeia de Arquivópolis. Com o acúmulo de documentos, em pouco tempo toda estrutura da cidade deveria ser ampliada, e projeções mostrariam que em dez anos, Arquivópolis seria a maior megalópole do planeta.
Hoje, mais de 20 anos depois, com a constante evolução tecnológica, a praticidade aliada ao modismo da necessidade da digitalização e o crescente número de documentos que já nascem digitalmente, torna o cenário atual semelhante ao citado no primeiro parágrafo e até mesmo com o fim da década de 40 e o famigerado boom documental. Se antes o grande número de arquivos físicos sem um tratamento arquivístico assombrava os profissionais que trabalhavam com essa informação, hoje a única diferença desse quadro é o suporte. A digitalização descoordenada transformou a bagunça física em bagunça em bytes.
A fim de administrar todo esse novo conteúdo digital foram criados os programas de gestão eletrônica de documentos. O e-Arq Brasil define os populares GEDs como “conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição” (2011, p.10). O presente trabalho tem por objetivo analisar o Alfresco, um dos softwares que fazem esse gerenciamento eletrônico de documentos com cunho arquivístico.