gargalos

Editorial - Gargalos expostos
O crescimento acelerado da economia vai agravando as deficiências de infraestrutura. Investimentos que deixaram de ser feitos no passado impedem hoje uma expansão maior do PIB. Os gargalos crescem mais do que os investimentos, até porque não é possível recupar a defasagem a jato.
A oferta de energia é uma preocupação histórica, e o horizonte para médio e longo prazo só não é pior porque houve interrupção do crescimento econômico no ano passado, reduzindo a demanda. Porém o quadro mais precário é o visto nos equipamentos para transportes (portos, aeroportos, rodovias e ferrovias). As deficiências que se acumulam há anos provocam vultosos prejuízos.
As rodovias do país necessitam de investimentos de R$ 183,5 bilhões para responder às demandas atuais. No entanto, desse montante, apenas 13% estão contemplados pela primeira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É conclusão a que chegou o estudo Rodovias Brasileiras: Gargalos, Investimentos, Concessões e Preocupações com o Futuro, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foi constatado que mais de 65% das estradas federais estão em condições que vão de deficientes a péssimas, e 70% das obras do PAC ligadas a rodovias estão com cronograma atrasado.
Quanto à inclusão no PAC 2, só o próximo governo responderá. É o caso do trecho da BR 262 no Espírito Santo, até a divisa com Minas Gerais. Há promessas do Ministério dos Transportes de duplicá-lo inteiramente, ao custo de R$ 840 milhões. A obra faz parte do PAC 2. Também para o próximo governo, a reforma e possível concessão à iniciativa privada da BR 101, além da novelesca duplicação da Rodovia do Contorno.
As obras portuárias listadas nos PACs 1 e 2 são insuficientes para satisfazer a demanda. É uma situação que tende a se complicar. A Associação Brasileira de Terminais Portuários projeta para 2010 crescimento de 10% sobre as 750 milhões de toneladas movimentadas em 2009. Ou seja,