Furtado Cap tulo XXX

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Capítulo XXX – A Crise da Economia Cafeeira O último decênio do século XIX criou-se uma situação excepcionalmente favorável à expansão da cultura do café no Brasil. Confluíram para essa expansão a crise da produção asiática, a autonomia dos estados para assuntos de imigração e o alargamento do crédito (gerando depreciação e investimentos em novas terras).
A abundância de mão-de-obra e de terras, além dos vultosos investimentos em infraestrutura (portos, estradas etc.) apontavam para a queda iminente no preço do café. Contudo, o Brasil era responsável por ¾ da oferta mundial, e passou a praticar manipulação do preço do café através da restrição da oferta (queima de estoques etc.).
Houve duas crises de demanda por café no último decênio do sec. XIX, principalmente oriundas dos EUA. A primeira conseguiu ser contornada pela desvalorização cambial. A pressão gerada por tal política à massa dos assalariados impediu sua reincidência. Para combater a segunda, os cafeicultures determinaram, na convenção de Taubaté, a política de “valorização do café”, onde o governo central compraria parte do excedente, financiado por empréstimo externos. Apesar da relutância do governo em aceitar essa política, a pressão dos cafeicultores foi maior, consolidando a posição política dessa classe, que perduraria até nos anos 30.
A condução dessa política geraria um paradoxo: a restrição da oferta elevaria o lucro dos cafeicultores que, por sua vez, geraria pressão para o aumento da oferta. Mesmo assim, o problema conseguiu ser adiado até a crise de 29.
Uma característica importante do café é sua inelasticidade com relação à renda e ao preço. A prosperidade observada nos países desenvolvidos na primeira metade dos anos 20 deixou praticamente inalterada a quantidade demanda do produto. Portanto, a única maneira dos fazendeiros auferirem altas rendas de exportação seria via aumento de preços. Por outro lado, a expansão da produção ampliava cada vez mais o desequilíbrio entre oferta e

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