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PENSAR O TRABALHO
Em “O mal estar na civilização”, de 1929, Sigmund Freud (1856-1939) apresenta o ato de trabalhar em duas chaves: o da necessidade e a da sublimação. Mas a sua visão é mais intricada do que parece à primeira vista. A questão do trabalho envolve também o amor social, a agressividade, a dominação, e, claro, a libido e as pulsões.
Eros e Anánke (o amor e a necessidade) são os fundamentos do processo civilizatório.
O poder do amor fez o homem relutar em se abster do objeto da sua satisfação sexual, congregando os grupos sociais. Mas o amor é vulnerável em vista da possibilidade constante de perde do objeto amado. Já o trabalho, enquanto resultante da necessidade econômica, é inevitável, não só porque é uma necessidade material, mas porque sem ele o vinculo social estiola, atrofia e se torna instável. A associação para o trabalho, primeiro no âmbito da família e, depois, no companheirismo que garantisse a sobrevivência material consolidam e mantém a vida comunitária.
Necessidade
O trabalho nasce da necessidade de o ser humano melhorar seu destino. Uma necessidade no sentido lógico do termo. O trabalho impõe a associação com o outro.
Uma associação que começa com o companheirismo instintivo. A economia evidente que decorre da divisão do trabalho faz com o outro deixe de ser um objeto temporário de satisfação do instinto sexual para se tornar um inquilino permanente do mundo dos seu próximo.
A simples associação familiar, entre machos e fêmeas que dividem o trabalho provê, também, segurança. Por isto ela é estendida, inicialmente pela agregação da prole, que permanece junto ao clã, a seguir pelas alianças fraternas. Toda organização social deriva daí. Os totens assinalam os limites do poder e o espaço da proteção do grupo. Os tabus, a ordem do interdito e do permitido, do proibido e do obrigatório.
Amor
O trabalho é, ou veio a ser, mandatório pelas necessidades exteriores de prover e