FREDERICK DOUGLASS E FERRUCCIO MAURI

Fatos de Frederick Douglass e Ferruccio Máuri
Tempo, Rio de Janeiro, vol.1, n.2, 1996, p. 59-72

“Frederick Douglass escravo nascido em Maryland em 1817, conseguiu fugir com a idade de 20 anos e se envolveu com o movimento contra a escravidão chegando a ser orador muito solicitado pela eloquência com que narrava suas próprias experiências com escravo.” (pag2). Por dirigentes brancos do movimento, viram em Frederick Douglass “um testemunho vivo contra a escravidão” (pag2) e tentaram limitar seu discurso em apenas fatos concretos com o que aconteceram com ele, os fatos e deixando para eles a parte intelectual, filosofia. Não diferente dos tempos atuais, vimos um grande preconceito de “caráter racista” (pag2) onde limitava a Frederick Douglass ao trabalho manual, pesado e eles ficando com o intelectual, filosofando a vida deste escravo, que era prova viva, testemunho vivo e que trazia em seu corpo, marcas da época escravocrata.
“Frederick Douglass resiste com todas as suas forças ao procedimento de seus bem intencionados patrocinadores” (pag3). Ele insistia em falar por si mesmo, interpretava e analisava sua vida. Contava sobre os overseers (feitores), descrito como vigilantes brancos e que eles eram responsáveis pela disciplina e organização do trabalho dos escravos e deixava bem claro que eles não eram iguais e citava o senhor James Hopkins como um feitor diferente, um homem bom, de olhar humano e que só agitava seu chicote para o cumprimento de seu dever, ele não fazia por gosto. Como podemos ver, o fato importante era o estado de espírito que o Sr. Hopkins ficava quando chicoteava os escravos. “O diploma da escravidão escrito nas costas” (pag 3) como descrito por Douglass, esses sinais sobre o corpo escravo. O desprazer do Sr. Hopkins mostrava a contradição da natureza humana em relação à escravidão. A escravidão desumaniza as pessoas.
Não podemos ter certeza de que o Sr. Hopkins açoitava os escravos com um olhar humano. Isso nos faz perguntarmos: Será que o