fragmentos do livro Arte e Ilusão

"Houve um tempo em que os métodos de representação diziam respeito ao crítico de arte. Acostumado, como estava, a julgar obras de arte contemporânea antes de mais nada por padrões de exactidão representativa, não tinha quais quer dúvidas de que essa habilidade fizera progressos desde os seus rudes começos até à perfeição da ilusão. (...) Um dos efeitos positivos e permanentes na grande revolução artística que varreu a Europa na primeira metade do século XX foi livrar-nos desse tipo de estética. O primeiro preconceito que os professores de apreciação de arte procuram combater é, na regra, a crença que a expressão artística se identifica com exatidão fotográfica. (...)
A estética abandonou a sua pretensão de ocupar-se do problema da representação convincente, do problema da ilusão na arte. Sob alguns aspectos, isso significa de facto uma libertação, e ninguém desejaria um retorno à confusão anterior."

" «Nã seria o caso de dizer» – diz Platão no Sofista – «que fazemos uma casa com a arte de construir e, com a arte de pintar, fazemos outra, uma espécie de sonho fabricado pelo homem para os que estão acordados?». Não conheço melhor descrição para nos ensinar a arte de nos maravilharmos de novo – e isso em nada deprecia a definição de Platão segundo a qual muitos desses sonhos feitos pelo homem para consumo dos que estão acordados são banidos por nós para o reino das artes, talvez legitimamente, por serem eficazes demais como substitutos de sonhos, quer o chamemos de pin-ups, quer o chamemos de quadradinhos(B.D.) Mesmo pin-ups e quadradinhos, vistos à verdadeira luz, podem fornecer alimento para a mente."

"A educação clássica estava centrada no poder de expressão e presuasão do aluno, de modo que os antigos professores da retórica davam muita atenção a todos os aspectos do estilo ( Stilus – instrumento de escrever dos romanos; "estilo apurado"), no falar e no escrever."

"Tácito, no seu diálogo sobre a oratória, investe contra os Jeremias do seu tempo, que