formação e matrizes pedagogicas

FORMAÇÃO E MATRIZES PEDAGÓGICAS Em pesquisas realizadas (FURLANETTO, 2005; 2007; 2008a; 2008b; 2008c;
2009a) pude observar que os professores, ao entrarem em contato com suas práticas pedagógicas e suas trajetórias formativas, conectam-se com dimensões visíveis, mas também com as invisíveis e desconhecidas da formação.
A aprendizagem da docência não ocorre exclusivamente nos cursos de formação, inclui diferentes situações, nas quais as ações de ensinar e aprender são praticadas.
A aprendizagem da docência se inicia ao se incorporar as maneiras de ensinar dos pais, professores, adultos significativos e colegas e comporta, experiências com literatura, cinema e teatro. Maturana (2000) salienta que os sistemas vivos estão sempre na presença de uma história. Assim saber e conhecer emergem como resultantes de uma história em que o sistema vivo e o meio mudam conjuntamente e congruentemente, nessa perspectiva os seres humanos acontecem na relação.
Um professor interno se revelou nas pesquisas e deu origem ao conceito de matriz pedagógica, uma tentativa de compreender dimensões da docência que permanecem à sombra. As matrizes pedagógicas podem ser comparadas a arquivos existenciais que guardam registros sensoriais, emocionais e cognitivos, acessados nos espaços pedagógicos quando o professor se exerce. Cumpre salientar que ao serem acessadas, podem ser ampliadas e transformadas. Dessa forma, a formação ganha novos contornos, pois não implica somente aquisição de novos conteúdos, mas reconhecimento e revisão do que foi aprendido. As matrizes pedagógicas comportam conteúdos sistematizados e organizados que compõe as dimensões conscientes da prática docente, mas também experiências arcaicas e nebulosas.
Uma professora em processo de formação relatou ter sonhado com sua sala de aula, na qual descobriu uma passagem que levava a uma escada que por sua vez a encaminhou até um subsolo, onde encontrou uma criança assustada, com as mãos