Formação homoerótica em THE KIDS ARE ALL RIGHT

A REPRESENTAÇÃO HOMOERÓTICA NO FILME “MINHAS MÃES E MEU PAI” (THE KIDS ARE ALL RIGHT)
Manoela Lopes dos Santos de Carvalho1
(Orientador) Prof. Dr. Flávio Vilas-Bôas Trovão2

UMA FAMÍLIA
Vamos apresentar uma descrição familiar sem referenciar o sexo biológico ou social de seus membros:
Trata-se de uma família composta por quatro membros. Dois adultos e dois adolescentes. Um adulto se caracteriza por trabalhar, sustentar a casa, cobrar o sucesso na educação dos jovens, ser o braço forte da relação, aquele que não chora e prefere não debater assuntos em que esteja perdendo. Fácil deduzir? Talvez. O segundo adulto se caracteriza por sua sensibilidade, a qual se atribui capacidade apenas às atividades do lar, defende a vontade dos filhos, é alvo das cobranças do outro adulto quanto à educação dos jovens e a organização da casa. Quem pode ser? Temos agora dois adolescentes: o primeiro, mais velho em idade é constantemente cobrado pela atenção à educação, as boas maneiras, a sua expectativa para o futuro, deste se exige uma formação acadêmica, uma imagem pública sem defeitos, e poucos parceiros sexuais. O segundo é cobrado pelo comportamento, mas não se questiona suas atitudes fora do lar, é criticado pelas suas companhias, mas tem liberdade de escolha para mantê-las, é obrigatória e relevante sua opção sexual, não podendo ser de forma alguma indefinida ou duvidosa.
A partir destas definições poderíamos afirmar que se trata de uma família hétero-nuclear, ou seja, aquela composta por pai, mãe, uma filha e um filho, à qual nos acostumamos a ver representado em muitos filmes. No entanto a descrição acima se refere à família homoafetiva composta por duas mulheres e um casal de filhos concebidos por inseminação, apresentada no filme “minhas mães e meu pai” (dirigido e produzido por Liza Cholodenko e lançado no ano de 20103, onde o primeiro adolescente é uma menina e o segundo um menino.
O filme conta a história de um casal de lésbicas que concebem dois filhos por