Formalismo Russo

Entender os conceitos propostos e trabalhados pelos formalistas russos é de grande importância para os profissionais da área de teoria e crítica literária, já que o formalismo buscou um status de autonomia para a crítica, separando-a de um estudo historicista, por exemplo. Atualmente ainda é muito comum vermos alguns elementos das técnicas formalistas em ensaios e críticas. Porém, o surgimento do formalismo propriamente dito, deu-se no início do século XX, onde foi possível florescer os conceitos formalistas.
Nos primeiros anos do século XX, pode-se perceber uma forte presença de uma história literária acadêmica, com raízes positivistas. Esta história literária era dominada pela erudição, instrução ampla e variada, e pouco voltada para os valores estéticos. Nesse período, nota-se a priorização da produção de crítica literária do biografismo, do filosofismo e da historicidade.
Nesse contexto apresentado é que surgiram as primeiras manifestações formalistas com o desejo de criar uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário e afasta-se de qualquer aspecto extraliterário. Houve um descontentamento com os modelos acadêmicos que eram utilizados na época, por parte dos novos estudantes que ingressavam nas universidades russas. Tal descontentamento motivou esses estudantes a procurarem novas orientações, dentre elas pode-se comentar sobre duas: O Círculo
Linguístico de Moscou, que foi fundado em 1914, por um grupo de jovens alunos da
Universidade de Moscou, que promoviam estudos sobre linguística e poética, e do qual fez parte Roman Jakobson; Opoiaz, Sociedade de Estudo da Linguagem
Poética, fundado em 1917, em Praga, capital da antiga Tchecoslováquia, por um grupo de linguistas e de estudiosos da literatura que era uma sociedade para o estudo de linguagem poética, na qual tem um dos mais importantes teorizadores literários, Vitor Chklovski. Viam a literatura como um fenômeno