Focault K Tia Trabalho

580 palavras 3 páginas
Focault aborda a mudança da punição. Na metade do séc. XVIII, o suplício começa a ser visto pelos reformadores como um perigo ao poder soberano, porque a tirania leva à revolta. Entende-se então a necessidade de respeitar no assassino, o mínimo, a sua “humanidade”. Porém, essa individualização é muito diferente da praticada na jurisprudência antiga. Antigamente, usavam-se duas variáveis para ajustar o castigo: a “circunstância” e a “intenção”. Já nessa, baseia-se mais ao que “se refere ao próprio infrator, à sua natureza, a seu modo de vida e pensar, a seu passado, à ‘qualidade’ e não mais à intenção de sua vontade” (p. 95). Também foi traçado duas linhas de objetivação do crime e do criminoso: O criminoso tratado como inimigo de todos e a necessidade de medir os efeitos do poder punitivo sobre estes criminosos. Antes de tal mudança de concepção, ocorre uma transformação na qualidade dos crimes, que passam do sangue à fraude.
“Desde o fim do século XVII, com efeito, nota-se uma diminuição considerável dos crimes de sangue e, de um modo geral, das agressões físicas; os delitos contra a propriedade parecem prevalecer sobre os crimes violentos; o roubo e a vigarice sobre os assassinatos, os ferimentos e golpes; (...)” (p.96). A mudança não foi meramente questões humanas, mas a adequação de penas aos delitos. No intuito de antecipar à punição destes crimes a justiça torna-se mais rigorosa.
“De acordo com um processo circular quando se eleva o limiar da passagem para os crimes violentos, também aumenta a intolerância aos delitos econômicos, os controles ficam mais rígidos, as intervenções penais se antecipam mais e tornam-se mais numerosas.” (p.98). Inauguram-se aí duas objetivações, do criminoso e do crime:
“a que rejeita o criminoso para ‘o outro lado’ – o lado de uma natureza contra a natureza; e a que procura controlar a delinquência por uma anatomia calculada das punições” (p. 99). A reforma do sistema de punição peregrina á noção de que a punição deve ser

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