Florestan Fernandes - tópicos

Pode-se dizer que Florestan Fernandes abriu novos horizontes para a sociologia brasileira, e seu trabalho tem como principais características uma nova reflexão teórica e interpretação da realidade social brasileira, construindo bases para leitura crítica do que a sociologia brasileira havia produzido até então, partindo de um estilo próprio de produção das ciências sociais no país.
A Escola Paulista de Sociologia sempre buscou mobilizar suas ideias no sentido de construir projetos de Brasil, numa tentativa de tentar regenerar uma nação condenada pelo seu passado. Acreditava-se no poder das ideias e no uso social do conhecimento, revelando, assim, a formação, os desenvolvimentos, as lutas e as perspectivas do povo brasileiro.
Seguindo as orientações de Florestan, a Escola Paulista de Sociologia sempre buscou demarcar as diferenças entre a atuação pública do cientista social e seu compromisso com o conhecimento, sempre buscando moldar novos papéis sociais, num espaço aberto a estilizações. O sociólogo – o especialista em ciências sociais – seria um profissional científico, capaz de formular regras de explicação e propor medidas de correção.
Florestan construiu um projeto científico que pressupunha uma agenda de pesquisa baseada nas concepções de rigor do conhecimento, com aplicação intrínseca à natureza da ciência, construindo, assim, condições para especialistas mobilizarem os resultados das pesquisas para alterar sistemas de relações, através de novas descobertas forjadas no embate com questões sociais.
De acordo com Florestan, a industrialização apresenta um padrão natural de desenvolvimento, ou seja, depende da interação de mecanismos socioculturais inseridos num determinado contexto histórico, e cabe ao empreendedor a formação de uma mentalidade econômica compatível com a conjuntura social e com o grau de racionalização capitalista.
Florestan afirma que é necessário tomar cuidado para que figuras políticas não apropriem-se desse momento social em nome da