Florbela Espanca
AMAR!
Biografia
Florbela Espanca nasceu em Vila
Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894 e morreu em Matosinhos, no dia 8 de
Dezembro de 1930.
Esta foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade.
AMAR!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca, in "Charneca em
Flor"
Estrutura interna do poema
Tema abordado: o amor
Primeira estrofe
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente... Amar! Amar! E não amar ninguém!
O sujeito poético escreve o amor de tal forma que este se torna algo de extraordinário.
Depois acaba por se contradizer, banalizando o amor. “Amar só por amar”
“Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...”
Segunda estrofe
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Não importa recordar ou esquecer. O importante é amar aqui e ali sem se prender a um amor.
“Recordar? Esquecer?” “Prender ou desprender? É mal? É bem?” Terceira estrofe
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
“Há uma primavera em cada vida”.
É preciso cantá-la assim florida”. O sujeito poético incentiva-nos a cantar na alegria, na tristeza e ao amor, pois a nossa voz foi dada por Deus