Flexibilidade da Rotina

A eterna busca pela flexibilidade da rotina

As opiniões acerca do valor da rotina na vida do ser humano são bem diversificadas. Há os que a veem como algo positivo e os que a veem como negativo. Entre os que a acham positiva está Diderot, que acredita que a rotina é essencial para alcançar a "unidade mental e manual" no trabalho, oriundos da repetição e do ritmo. Ele afirma que ao repetir uma operação em particular diversas vezes, a medida em que se aprende a manipular e alterar cada estágio do processo, se descobre como fazer variações na atividade, manejar os materiais e desenvolver novas práticas. Ou seja, o segredo para se assumir o controle e atingir a paz consigo mesmo(gerada pelo trabalho) seria através da dominação da rotina e seus ritmos.

Para Adam Smith, a rotina abrutalha o espírito, tornando-se autodestrutiva em certo ponto, já que o ser humano perde o controle sobre seus próprios esforços. Logo, ao não controlar seu tempo de trabalho, é levado a morte espiritual. Smith afirma que a rotina industrial ameaça degradar o caráter humano, porque ela embrutece a explosão espontânea, e é através da formação da história e suas voltas imprevisíveis -espontâneas- que se forma o caráter. Ou seja, para desenvolvermos nosso caráter deveríamos fugir da rotina.

Com o decorrer dos anos, o tempo rotinizado passou a ser uma conquista pessoal em meio às incertezas e depressões do capitalismo industrial. Surge aí um um meio termo onde a rotina pode degradar, mas também proteger; pode decompor o trabalho, mas também compor uma vida, isso porque a rotina torna possível o pensamento mais a frente. Ao se ter uma rotina, com salários assegurados devido àquele determinado tempo de trabalho programado, o homem passa a poder fazer investimentos no futuro. Tendo a certeza de que receberá determinada quantia mensal se torna possível o seu planejamento.

Se para Smith o trabalhador da rotina perde a visão mais ampla de uma mudança futura e o conhecimento de como fazê-la,