fisica

Planos econômicos brasileiros
Plano Cruzado (1986)
Entre 1986 e 1994, o Brasil teve uma série de planos econômicos que visavam debelar um pesadelo antigo dos brasileiros, a inflação. De congelamento de preços a confisco da poupança, tentou-se de tudo para finalmente conseguirmos uma moeda estável e inflação razoavelmente controlada. Esse será o primeiro de uma série de textos sobre os pacotes econômicos, começando pelo primeiro deles, o Plano Cruzado.
O primeiro governo após o regime militar sofria com baixa popularidade principalmente por conta da elevada inflação. Em vistas das eleições para governadores e para a Assembleia Nacional Constituinte, era urgente tratar dessa questão e, para isso, foram chamados diversos economistas com ideias para tentar debelar a inflação. Os principais foram Pérsio Arida e André Lara Resende, no que seria chamado de Plano Larida. Na visão dos dois economistas, a inflação no Brasil tinha caráter inercial e o plano incluía uma série de medidas a partir dessa premissa.
Em 28 de fevereiro de 1986, passou a valer o Plano Cruzado, elaborado no decreto-lei nº 2.283/86, com a introdução uma nova moeda (o Cruzado) e uma série de medidas. Até a emissão de notas de cruzados, valeria a moeda antiga, o Cruzeiro, com três zeros a menos (1.000 Cruzeiros = 1 Cruzado, por exemplo). Os salários foram convertidos pelo salário real médio dos últimos seis meses, mais abono de 8%, aumento no salário mínimo para Cz$804,00 (aumento aproximado de 16%), com gatilho salarial disparado toda vez que a inflação chegasse a 20%. Edmar Bacha, um dos mentores do Cruzado, declararia muito depois que essas medidas relativas aos salários foram os maiores erros do plano e que custou 10 anos ao país. Os aluguéis também sofreram um reajuste com base na média do valor real dos aluguéis nos últimos seis meses. Os preços de diversos produtos foram congelados aos níveis de 27/02/86, exceto pela energia elétrica (estatal) que teve um aumento de 20%. Essa medida faz